A escola de vygotsky
A teoria histórico cultural parte do pressuposto de que, na presença de condições adequadas de vida e de educação, as crianças desenvolvem intensamente, e desde os primeiros anos de vida, diferentes atividades práticas, intelectuais e artísticas e iniciam a formação de idéias, sentimentos e hábitos morais e traços de personalidade que até pouco tempo atrás julgávamos impossível.
Vigotsky retomou os estudos de Karl Marx que apontavam que os homens não são dotados de muita ou pouca inteligência, solidários ou egoístas, plenos ou vazios de aptidões para poesia, para a música, para a ciência devido a uma vontade divina. Da mesma forma que os homens não são ricos ou pobres por uma decisão divina, mas devido ao lugar que ocupam nas relações sociais ̶ que, diga-se de passagem, foram criadas pelos homens ao longo da história ̶ , também não têm mais ou menos capacidades, mais ou menos habilidades, mais ou menos aptidões para as artes, para a filosofia e para a ciência por um dom divino, mas devido às suas condições materiais de vida e de educação, que são condicionadas pelo lugar que ocupam na relações sociais.
Para a teoria histórico-cultural, a criança nasce com uma única potencialidade, a potencialidade para aprender potencialidades; com uma única aptidão, a aptidão para aprender aptidões; com uma única capacidade, a capacidade ilimitada de aprender e, nesse processo, desenvolver sua inteligência ̶ que constitui mediante a linguagem oral, a atenção, a memória, pensamento, controle da própria conduta, a linguagem escrita, o desenho, o cálculo ̶ e sua personalidade ̶ a auto-estima, os valores morais e éticos, a afetividade. Em outras palavras, o ser humano não nasce humano, mas aprende a ser humano com as outras pessoas ̶ com as gerações adultas e com as crianças mais velhas ̶ , com as situações que vive, no momento histórico em que vive e com a cultura que tem acesso.
As habilidades, capacidades e aptidões humanas criadas e