A Escola de Vygotsky
Sueli Amaral Mello, em seu livro “A escola de Vygotsky”, diz-nos que o pressuposto da teoria histórico-cultural é de que na presença de condições adequadas de vida e de educação, as crianças desenvolvem intensamente diferentes atividades práticas, intelectuais e artísticas e iniciam a formação de idéias, sentimentos, hábitos morais e traços de personalidade que até pouco tempo atrás julgávamos impossível.
Mais conhecida no Brasil como Escola de Vygotsky, a teoria histórico-cultural é uma vertente da Psicologia soviética das décadas iniciais do século XX, após a Revolução Proletária, cujo pressuposto era o de que o homem é um ser de natureza social. Essa Escola advoga que a criança nasce com apenas uma potencialidade: a de aprender aptidões, de desenvolver sua inteligência (através da linguagem oral, da atenção, da memória, do pensamento, do controle da própria conduta, da linguagem escrita) e sua personalidade (através da auto-estima, dos valores morais, éticos e da afetividade).
Ao contrário dos outros animais, o homem precisa aprender as habilidades a desenvolver. Nunca houve pausa na transmissão dos conhecimentos acumulados, geração após geração, o que redundou no que chamamos de história humana. As criações culturais, não existindo no início dessa história humana, passaram a existir graças à atividade criadora e produtiva específica do homem: o trabalho. Com a construção dos objetos, as aptidões, habilidades e capacidades humanas necessárias ao seu bom uso foram também surgindo e sendo como que cristalizadas nos próprios objetos da cultura. Ademais, como principal tese da teoria histórico-cultural, a idéia de que o processo de desenvolvimento humano resulta de um anterior processo de aprendizagem se configura, também ela, como um processo socialmente mediato.
Essa compreensão de homem e de seu desenvolvimento vai condicionar todo o entendimento da questão educacional. A teoria histórico-cultural concebe o processo do desenvolvimento