A era vargas
Quando Getúlio Vargas ordenou que fosse elaborado o texto da Constituição de 1934 esperava-se que, finalmente, o Brasil respirasse ares democráticos. De fato, por cerca de dois ou três anos o país não apresentava indícios de quebrar a constituição novamente.
Entretanto, após a chegada de Getúlio Vargas ao poder, duas vertentes ideológicas se fortaleceram: de um lado, estava a Ação Integralista Brasileira, que representava a direita e era adepta dos ideais fascistas de Mussolini e Hitler; e do outro, a Aliança Nacional Libertadora, que representava a esquerda e era simpatizante do ideal comunista disseminado na Revolução de 1917, na União Soviética. Enquanto os integralistas defendiam uma centralização do Estado nas mãos do Executivo, os libertadores eram a favor da reforma agrária no país.
Getúlio Vargas era contra o comunismo e estava inclinado ao modo de fazer política dos integralistas, que disputavam força política com os libertadores.
Em 1935, Getúlio Vargas demonstrou preocupação com o crescimento de grupos comunistas. No final deste ano, declarou estado de sítio e começou a perseguir todos aqueles que manifestassem simpatia com o ideal soviético. Nessa investida, prendeu, assassinou e torturou milhares de pessoas. Luis Carlos Prestes, líder comunista, chegou a ser preso e sua esposa, Olga Benário, que era judia e estava grávida, foi deportada para a Alemanha e morreu em um campo de concentração nazista.
Com medo de que o ‘perigo vermelho’ – como os integralistas denominavam o comunismo – se alastrasse, o capitão Olímpio Mourão Filho, a pedido do líder direitista Plínio Salgado, redigiu um documento que alegava que os grupos comunistas pretendiam organizar um golpe de Estado para destituir Getúlio Vargas do poder. O documento ficou conhecido como Plano Cohen.
Como medida preventiva, Getúlio Vargas decretou em 1937 a ditadura do Estado Novo, argumentando que o regime constitucional vigente ‘perdera seu valor prático’, provocando um Estado