A era dos homens imortais
N° Edição: 2207 | 24.Fev.12 - 21:00 | Atualizado em 01.Mar.12 - 10:59
A era dos homens imortais
Recursos como próteses para substituir neurônios, máquinas que constroem DNA, coração e até um outro cérebro permitirão que a próxima geração viva pelo menos até os 150 anos - e as sucessoras, ainda muito mais
Monique Oliveira
O ano será 2045. Ele marcará o início de uma era em que a medicina poderá oferecer à humanidade a possibilidade de viver por um tempo jamais visto na história. Órgãos que não estejam funcionando poderão ser trocados por outros, melhores, criados especialmente para nós. Partes do coração, do pulmão e até o cérebro poderão ser substituídos. Minúsculos circuitos de computador serão implantados no corpo para controlar reações químicas que ocorrem no interior das células. Estaremos a poucos passos da imortalidade.
Esta é a previsão de um grupo muito especial de cientistas conhecidos por ocupar a vanguarda de pesquisas que permeiam temas como a ciência da computação, a biologia e a biotecnologia. Entre eles, estão George Church, professor da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o gerontologista e biomédico especializado em antienvelhecimento Aubrey de Grey e o engenheiro Raymond Kurzweil, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que profetizou o surgimento da internet. Eles são os líderes de uma espécie de nova filosofia, batizada de Singularidade.
Na astronomia, singularidade nomeia um lugar no espaço onde um corpo não envelhece. Na medicina, os arautos da imortalidade afirmam que ela nada mais é do que uma consequência real de uma revolução em curso que já faz disparar em velocidade sem precedentes a expectativa de vida humana. “Considerando a rapidez das inovações, uma pessoa nascida em 2050 terá 95% de chance de viver mil anos”, disse à ISTOÉ o inglês Aubrey de Grey.
Neste momento, o grupo está envolvido no crescimento da Universidade da Singularidade, já instalada no Vale do Silício, nos Estados