A energia renovada pela ética social
Especial
12 CUSTO BRASIL
Energia
A energia renovada pela ética social
Antonio Carlos Porto de Araujo
Especialista em estratégia de Energia Renovável e Sustentabilidade da Trevisan
O Brasil precisa repensar o seu planejamento energético sob a ótica da energia renovável, contemplando políticas socialmente justas, ambientalmente amigáveis e, ao mesmo tempo, com garantia de retorno ao investimento. As descobertas do pré-sal e o aumento da produção sugerem um uso racional e mais nobre para o petróleo, como a petroquímica, abrindo espaço para outras fontes energéticas para combustíveis.
N
o século passado, o desenvolvimento de novos métodos de administração e gestão da produção foi estruturado de modo a permitir maiores quantidades de produtos por trabalhador, implicando significativas transformações no modelo de competição que, no entanto, se restringiu à redução de preços unitários dos produtos, com predominância de técnicas caracterizadas pelo uso intensivo de materiais, energia e capital fixo.
Trata-se da maior alteração já vista em termos de substituição de energia ao introduzir, no desenvolvimento industrial, a troca de fonte de energia, em que a energia utilizada pela ação humana voltada à produção perdeu espaço para a produção mecânica com utilização de
energia para movimentação de máquinas e para a produção em maior escala e maior padronização.
Criou-se uma cultura da abundância, um pressuposto que permitia que ineficiências e desperdícios no processo produtivo fossem suportados pelo ganho de escala e transferência dos impactos para a sociedade em geral e para o meio ambiente. Essa falta de necessidade de preocupação com custos de materiais, energia e recursos naturais permitiram a adoção dos sistemas de produção industrial que conhecemos ainda hoje.
Os países ricos, já que industrializados, alcançaram altos patamares de desenvolvimento dentro desse modelo, em que o domínio sobre fontes