A eficácia simbólica - cláude lévi-strauss
Cláude Lévi-Strauss
▪ O texto de Lévi-Strauss cita como base outro texto “mágico-religioso” que trata de uma cultura sul-americana, publicada por Wassen e Holmer. A tribo Cuna onde os autores coletaram versos indígenas é localizada na república do Panamá.
▪ Em um dos escritos registrados, encontram-se os versos do canto realizado pelo xamã numa situação específica, que raramente acontece nas tribos: o parto difícil. A intervenção do xamã nessas ocasiões só ocorre quando há o fracasso das parteiras e, atendendo ao pedido delas, o xamã vai até o local do parto para promover o canto, seu instrumento de cura neste caso.
▪ O ritual começa com os preparativos do xamã. Os nuchu são espíritos protetores que são materializados e invocados para auxilia-lo no momento do parto. O xamã coloca os nuchu na entrada da morada de Muu, a força responsável pela criação do feto.
▪ Para os Cuna, o parto se torna difícil porque Muu extrapolou seus deveres e se apossou da alma da futura mãe, o purba. O canto visa buscar o purba perdido, através de uma demolição de obstáculos e animais ferozes e uma competição do xamã contra Muu. Quando vencida, Muu liberta o purba da mãe e o parto acontece.
▪ Na verdade o xamã não realiza um combate contra Muu em si, mas sim contra seus abusos. Uma vez que os abusos de Muu são corrigidos, o xamã precisa tomar cuidado para Muu não evadir-se e que os dois possam reestabelecer a amizade.
▪ Os Cuna fazem uma distinção entre os tipos de médicos indígenas: nele, inatuldi e absogedi. Visto que, a cura não exige do xamã um êxtase ou uma passagem a um segundo plano, o termo correto para este que realiza a cura seria nele. Os outros termos se referem a um conhecimento maior em cantos e remédios quando, nele passa a descobrir imediatamente a causa e o local da doença.
▪ Lévi-Strauss ressalta que, o canto parece ser algo banal, o qual o doente sofre porque perdeu um de seus purbas e, o xamã