09071986
826 palavras
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Antropologia EstruturalClaude Lévi-Strauss
A presente resenha trata-se de um capítulo do livro Antropologia Estrutural de Claude Lévi-Strauss, intitulado “X A Eficácia Simbólica”, publicado em São Paulo pela editora Cosac & Naify no ano de 2008, p. 201-220.
Trata-se de uma abordagem partindo do texto original publicado por Wassen e Holmer que descrevem uma cura xamânica. O autor busca no estudo novas discussões acerca da cultura dos Cuna (povos indígenas pertencentes à República do Panamá), onde uma indígena com dificuldades no parto torna-se protagonista de um canto evocado pela parteira na tentativa de salvar a mãe e o bebê.
O canto inicia com a parteira evocando xamã e todo o simbolismo é preparado, os nuchu são esculpidos com a madeira especial representando espíritos protetores para auxiliar a chegada até o útero da indígena e a retirada do bebê. O objetivo do canto é devolver a alma da “parturiente” que está presa na morada de Muu. Como nos diz Lévi-Strauss (2008) a alma encontra-se sufocada pelo útero:
O interesse excepcional do texto não está nesse quadro formal, e sim na descoberta, - que certamente emana da leitura, pela qual Holmer e Wassen merecem, entretanto, todo o reconhecimento – de que Mu-igala, ou seja, “o caminho de Muu”, e a morada de Muu não são, no pensamento indígena, um itinerário e uma morada míticos; eles representam literalmente a vagina e o útero da mulher grávida, explorados pelo xamã e pelos nuchu, em cujas profundezas é travado o combate de que saem vitoriosos (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 203).
O autor faz uma análise dos termos utilizados pelos Cuna em relação aos nossos mais utilizados na psicanálise, onde cada órgão possui seu purba (duplo, alma) e os niga um plano espiritual, uma noção de organismo, tornando-se todos os órgãos nossa “força vital". Esta força vital está aprisionada na morada de Muu, ou seja, no útero e este não é vítima, mas, causador da doença.
O ritual prossegue e os espíritos agora são os nelegan,