a educação na burguesia
Os Liberais deram particular atenção ao ensino primário (a institucionalização da instrução primária começou com as reformas pombalinas, mas a preocupação de garantir a instrução primária a todos os cidadãos, nomeadamente aumentando a rede escolar e melhorando as condições dos professores, é fruto da Revolução Liberal), preocupados que estavam com a dissipação das trevas da ignorância. Consideravam ainda a educação importante para o aperfeiçoamento moral dos homens e para o desenvolvimento econômico. Com efeito, a partir de 1834, ano em que foi retomada uma maior preocupação pela instrução, foi grande o número de escolas que iniciaram a sua actividade, após um período de intervenção do absolutismo que promoveu o seu encerramento e a perseguição de professores. Em 1831-32 existiam 796 estabelecimentos públicos de ensino primário, em 1844 eram já 1116 e em 1881 ultrapassavam os 3000. Na regeneração, apesar de terem permanecido enormes carências, quantitativas e qualitativas, no âmbito da educação elementar, foram abertas muitas escolas por iniciativa do poder central (as instalações eram precedidas pela consulta aos governadores civis); de particulares, que doavam os recursos necessários à sua instalação (de portugueses regressados ao país após uma permanência frutuosa no Brasil – a doação do maior impacto parece ter sido a do conde de ferreira que patrocinou a construção e equipamento de 120 escolas); das câmaras municipais; juntas de paróquia (forneciam a casa, mobília e utensílios necessários) ou mesmo a pedido dos habitantes de certas aldeias ou freguesias urbanas. Não deve ser esquecido o largo contributo para o progresso cultural dos portugueses que adveio da existência de um número considerável e crescente de colégios privados que, adicionados ao ensino doméstico, completavam a rede escolar nacional (é importante referir que a partir de 1878 se incentivou o ensino de adultos que era ministrado à noite e aos domingos),