A educação do depois

Pra pensar...

Com: Prof. Meire
Mea culpa, mea máxima culpa...

Gosto particularmente dos dias de chuva porque dá pra tirar uma soneca e a gente tem até orgulho de dizer: “- Nossa, dormi até tantas horas!” e a outra pessoa fica morrendo de inveja da gente (inveja branca, é claro!). São dias que, como não dá pra ir encher o saco de ninguém, porque com certeza esse alguém também vai estar dormindo, a gente se vê na obrigação de arrumar alguma coisa pra fazer e acaba aproveitando pra limpar uma gaveta, um armário, uma caixa de coisas velhas guardadas... e por aí vai.
Na última chuva, aproveitei pra organizar uma papelada que, fazia tempo, aguardava minha boa vontade em separar o que “presta” e o que “não presta” (no fim eu acabo guardando tudo de novo, professor adora guardar papel). Foi nessa arrumação que eu acabei encontrando vários disquetes (é, sou do tempo do disquete) com trabalhos acadêmicos que eu fazia, para ganhar um dinheirinho extra. Além dos disquetes encontrei também algumas apostilas antigas de cursos que não tem nada a ver com a minha área (Ciências Contábeis, Administração, Direito, Técnica de Enfermagem, Filosofia, Teologia, etc.), e parei para pensar no significado daquilo tudo... Me dei conta de que não se passa uma única semana sem que alguém venha bater em meu portão perguntando desesperadamente: “-Você faz trabalho de faculdade?”. E quando eu digo desesperadamente, não é força de expressão. A pessoa põe nos olhos todo o pedido de ajuda possível, admite suas limitações e pede ajuda “pelamordedeus”, etc. e tal.
Houve um tempo em que exerci exaustivamente essa “atividade”, chegando a varar muitas madrugadas para dar conta de compromissos alheios. Não me orgulho nem um pouco disso. Sei que eu, assim como quem precisou dos meus neurônios, fui vítima das circunstâncias. Precisava complementar minha renda, e a outra parte precisava tirar nota seja lá em que curso estivesse matriculado. Sei também que além de mim, muitas outras pessoas