A educação das mulheres na colonia.
Profa.Dra. ARILDA INES MIRANDA RIBEIRO UNESP/Presidente Prudente/SP arilda@fct.unesp.br
Este texto é parte de uma dissertação de mestrado no Brasil (Unicamp) e de pesquisas realizados posteriormente em um pós-doutoramento em Portugal (Universidade de Lisboa). [1] O trabalho em questão pretende possibilitar maior visibilidade à educação feminina no período colonial brasileiro, reconstituindo suas práticas, normas, proibições e transgressões, condição e empoderamento (Foucault, 1988) através da literatura (brasileira e portuguesa) dos registros dos viajantes, dos documentos localizados nos arquivos pesquisados, (Torre do Tombo, Biblioteca Nacional de Lisboa, Arquivo do Estado de São Paulo, entre outros) dos dados da biografia de algumas mulheres e dos poucos artigos/livros encontrados sobre o tema. Ainda hoje, às portas do século XXI, são raros os trabalhos dos estudiosos sobre a educação feminina colonial brasileira. Durante trezentos e vinte e dois anos (de 1500 a 1822), período em que o Brasil foi Colônia de Portugal, a educação feminina ficou, geralmente, restrita à procriação e ao cuidado com o marido e os filhos. Tanto as mulheres brancas, ricas ou empobrecidas, como as negras escravas e as indígenas não tinham acesso à arte de ler e escrever. A instrução era reservada aos filhos dos indígenas e dos colonos. Esses últimos cuidavam do negócio do pai, seguiam para a universidade de Coimbra ou tornavam-se padres jesuítas. Por que as mulheres não estudavam?! Essa questão nos remete à tradição Ibérica, transposta de Portugal para a Colônia brasileira, questão esta ligada a aspectos relacionais de gênero: As influências da cultura dos árabes nesse país, durante quase oitocentos anos , consideravam a mulher um ser inferior. O gênero feminino fazia parte do Imbecilitus Sexus, ou Sexo Imbecil. Uma categoria ao qual