A duvida em descartes
Este pequeno trabalho busca apresentar alguns aspectos relevantes na questão do “Papel da Dúvida no Pensamento Cartesiano”, na qual Descartes utiliza da dúvida como instrumento da procura da verdade. Assim ele procura construir um sistema científico de bases e princípios firmes e indubitáveis que deve ser de tal modo evidente (claro e distinto) que não se possa duvidar. O principal método deste pensamento consiste na recusa do fundamento sensível do conhecimento. E uma vez verificado, que tudo sei pelos sentidos, o exercício da dúvida deverá começar pela recusa dessa origem de minhas certezas. Portanto através do método da dúvida metódica, chega à primeira verdade clara e evidente, “Penso, logo existo”, a certeza da sua existência como ser pensante.
O Papel da Dúvida no Pensamento Cartesiano
A questão da dúvida no pensamento de Descartes perpassa três de suas grandes obras, na 2º parte do Método, no Principio de Filosofia e nas Meditações. No entanto são na primeira meditação que será explicada as razões pelas quais podemos duvidar das coisas. Seu ponto de partida é uma dúvida metódica, em que toma consciência, da incerteza do conhecimento adquirido.
Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto; de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo de firme e de constante nas ciências1.
É, portanto, metodicamente necessário colocar tudo em dúvida. Pois suas opiniões adquiridas desde a infância, são mal fundamentadas, necessitando por tanto livrar-se delas e construir um conhecimento, desde os fundamentos a fim de encontrar algo certo e indubitável. E para isso é necessário à recusa