Descartes continua sua medita o sobre a duvida
Quantas vezes ocorreu-me sonhar, durante a noite, que estava junto ao fogo, embora estivesse inteiramente nu dentro do meu leito? Parece-me agora que não é com os olhos adormecidos que comtemplo este papel; que esta cabeça que eu mexo não está dormente; que é com desígnio e propósito deliberado que estendo esta mão e que a sinto: o que ocorre no sono não parece ser tão claro nem tão distinto quanto tudo isso. Mas, pensando cuidadosamente nisso, lembro-me de ter sido muitas vezes enganado. Quando dormia, por semelhantes ilusões. (DESCARTES, 1979, p. 86).
Neste trecho do 5 parágrafo, fica nítido que o próprio DESCARTES reconhece o poder que o sonho tem ao realizar imagens em nossa consciência quando estamos dormindo, nos levando a crer serem reais como as conhecemos. Todas imagens produzidas enquanto dormimos, corresponde as coisas que vimos durante o dia, o que inclui aqui o uso dos sentidos, em particular ao da visão, que pode nos levar a um engano. Com isso, DESCARTES apresenta uma dúvida em que é real e o que não é real, por não conseguir distinguir nitidamente a vigília do sono, porém é bem colocado e destacado neste momento a perspicuidade, ou seja, a capacidade de ver as imagens com clareza, o que os sonhos não proporciona. Mas logo no parágrafo seguinte ele afirma que: “o sono é como quadros e pinturas, que não podem ser formados senão a semelhança de algo real e verdadeiro...” Com esta afirmação ele coloca as coisas mais gerais como olhos, cabeça, mãos e todo o resto do corpo, mesmo estando em artes, imaginação, não coisas imaginarias, mas sim verdadeiras e existentes.
Aqui podemos lançar uma questão até bem relatada por Descartes, que se há em nossa imaginação a ideia desse ou daquele objeto, mesmo que tentamos criar algo novo, como é o caso dos