A dupla face do trabalho

FRIGOTTO, Gaudêncio. A dupla face do trabalho: criação e destruição da vida. FRIGOTTO, G. e CIAVATTA, M. (org.) A experiência do trabalho e a educação básica. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p.11-27.

Seminário A dupla face do Trabalho: Criação e Destruição da Vida

O texto acima permite debater sobre o conceito de trabalho e propriedade, diferenciando o trabalho na sua dimensão criadora da vida humana, das formas que assume o trabalho no capitalismo (forma atual). O trabalho no capitalismo está voltado para o emprego, para o acumulo de capitais e lucro, com base na exploração do trabalho, e com o aumento da procura por emprego, esse conceito vem sofrendo uma crise que resulta em desemprego e subempregos.

O ser humano, como uma tripla dimensão: é individualidade, é natureza e é ser social. A a individualidade que possuímos e a natureza que desenvolvemos estão subordinadas ou resultam de determinadas relações sociais que os seres humanos assumem historicamente. Já o trabalho como essencial, é humanamente imprescindível ao homem desde sempre. Esse trabalho pode ser visto de formas bem distintas: trabalho como necessidade ou trabalho como liberdade. Enquanto o primeiro está subordinado às necessidades do ser humano que precisa produzir os meios para manter sua vida biológica e social, o segundo é o trabalho mais humano, envolvendo criatividade e liberdade, buscando autonomia. O trabalho vai se tornando um dever e um direito!

Quando analisamos o trabalho como parte do sistema capitalista, encontramos uma relação entre proprietários e trabalhadores totalmente assimétrica, desigual, e são dessas relações que se constituem as classes sociais fundamentais: os proprietários dos meios e recursos de produção e os trabalhadores que vendem sua força de trabalho para sobreviver. Aqui o trabalho assalariado é apenas uma moeda de troca que resulta na riqueza de poucos mediante a alienação e exploração de muitos (trabalhadores). Esse estabelecimento de papeis também