A Dicotomia de Denhardt

A dicotomia de Denhardt

No capítulo III do livro Teoria Geral de Administração Pública, Denhardt aborda as teorias da administração pública, mostrando discussões sobre estrutura organizacional, centralização e integração, assim como eficiência e administração democrática. O assunto norteador do texto é a dicotomia entre política e administração, ou seja, a divisão entre as duas esferas na medida em que a política estava voltada de forma a expressar a vontade do Estado, enquanto a administração se preocupava com a execução dessa vontade.
A dicotomia entre política e administração foi mencionada por diversos autores em suas obras. Howard McCurdy descreve-a como a “sagrada escritura da administração pública americana”. Frank Goodnow e W. E. Willoughby eram contrários à divisão das funções governamentais entre os poderes executivo, legislativo e judiciário. Luther Gulick argumentou que é difícil separar a política da administração baseado na amplitude de discrição que dispõem os administradores para a execução das ordens legislativas. Para ele, “todo ato [do empregado público] é uma teia inconsútil de discrição e ação”. Ele ainda afirma que a flexibilidade administrativa é cada vez mais importante.
Já Leonard White admite que há interação entre as duas esferas, a partir do momento que acha notável a crescente tendência favorável à iniciativa do executivo na política publica, que ocorre tanto por contra da discrição exercida pelos administradores quanto pela busca de aconselhamento e assessoria junto a servidores públicos permanentes. Paul H. Appleby afirmou que os administradores também influenciam as políticas por meio de recomendações que fazem ao legislativo, pois “os administradores estão continuamente estabelecendo regras para o futuro e sempre interpretando a lei, esclarecendo seu sentido em termos de ação”.
James Svara, por sua vez, defende uma interpretação alternativa à dicotomia entre administração e política, recorrendo ao conceito de