A derrota de Highlanders
A derrota dos Highlanders
Simulação computacional indica que envelhecer pode ser uma vantagem adaptativa
o experimento virtual início do jogo
Os que ficam velhos (pontos em azul) e os imortais
(vermelho) se distribuem pelo quadro. Em verde-claro, as áreas ainda não ocupadas
Dois blocos
Os times se reproduzem e dão origem a batalhões mais densos No vermelho
No início, a equipe dos imortais ocupa mais espaços e lidera a disputa
NASA, ESA, N. Smith, The Hubble Heritage Team
André Martins / Plos One
Marcos Pivetta
_ m odelagem computacional
N
os filmes de cinema sobre o personagem Highlander, um guerreiro escocês que se tornou imortal no início do século XVI, o protagonista Connor
MacLeod atravessa as eras combatendo malfeitores e fazendo justiça sem sentir o peso da passagem do tempo. O herói não envelhece nunca, seu corpo simplesmente não degenera. A única forma de morrer é ser decapitado por um inimigo. Diante desse enredo fictício, o senso comum leva a pensar que um exército formado exclusivamente de Highlanders seria praticamente imbatível diante de uma armada equivalente de mortais.
Mas uma série de simulações computacionais feitas por um pesquisador brasileiro sugere que tornar-se senil pode ser uma vantagem evolutiva para uma população se o processo de seleção natural ocorrer num ambiente permeado por mudanças. Nessa situação, o grupo cujos membros podem ficar mais velhos tende a ganhar a luta pela sobrevivência e provocar a extinção do bando dos imortais. A explicação para a vitória da população que envelhece estaria em sua capacidade maior de se moldar a alterações no hábitat e gerar mais rapidamente linhagens adaptadas ao ambiente do que os competidores dotados de uma biologia imune aos efeitos da senescência.
O trabalho, cujos resultados são aparentemente paradoxais ou ao menos contraintuitivos, foi feito pelo físico teórico André Martins, da Escola de
Artes, Ciências e