A dança que dança na escola

A dança que “dança” na escola.

“Práticas da dança na escola” (Dançando na escola, Cortez, 2003), da pesquisadora Isabel A. Marques, traz um olhar mais crítico sobre a dança na escola numa perspectiva da diversidade e da multiplicidade do mundo contemporâneo.

O reconhecimento da dança como área de conhecimento a ser trabalhada nas escolas foi coroado em âmbito nacional com sua inclusão nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), em 1997. Porém, como incluir dança nas escolas? Um festival com danças produzidas pela mídia, uma dança popular, uma coreografia para o Dia das Mães ou a festa de fim de ano... Isso garante o conhecimento de fazer-pensar dança? Que tratamento temos dado à inclusão da dança nas escolas?

A dança ainda é vista como uma atividade predominantemente feminina. Embora nossa sociedade seja manifestamente dançante, o (pré)conceito contra os homens que se dedicam à dança ainda é muito forte. Outro ponto é o fator religioso, que ainda está presente nas atitudes e comportamentos em relação à dança na escola. E por fim, o desconhecimento das pessoas que acreditam que a Arte é sinônimo de loucura.

O Brasil é mundialmente conhecido como um país “dançante”. Para onde se olhe a dança e a música estão presentes. É até incoerente dizer que a dança precisa ser ensinada na escola se já faz parte do dia a dia dos brasileiros. No entanto, não é essa concepção de dança que se pensa para a escola, o estudo, a compreensão da dança – corporal e intectualmente – vão muito além do ato de dançar.

É preciso hoje ir além de tudo isso e discutir o tratamento que temos dado à inclusão da dança nas escolas. Ou seja, é necessário nesse momento pensarmos cuidadosamente em abordagens que permitam problematizar, articular, criticar e transformar as relações entre a dança, o ensino e a sociedade.

Toda educação passa pelo corpo. Toda educação é educação dos sentidos. A dança, nesse contexto, contribui essa percepção, desenvolvendo indivíduos mais