A culpa é das estrelas
mas de nós mesmos, que consentimos em ser inferiores”
- Júlio César, de Shakespeare.
No caso da história contada por John Green, escritor norte-americano e “famosinho da internet”, a culpa, sim, é das estrelas.
“Na verdade, elas têm muita culpa, e eu quis escrever um livro sobre como vivemos num mundo que não é justo, e sobre ser ou não possível viver uma vida plena e significativa”, explicou o autor no site do livro. Em A culpa é das estrelas, a personagem principal e também narradora Hazel Grace tem câncer com metástase nos pulmões, mas graças a um milagre da medicina conseguiu ter sua vida estendida em alguns anos. Hazel é quase que obrigada por sua mãe a deixar as maratonas de America’s Next Top Model de lado e frequentar um grupo de apoio a jovens com câncer. É lá que ela conhece Augustus Waters, um garoto que há um ano e meio havia se livrado de um câncer que lhe custou uma perna. Ele seria o futuro grande e único amor de sua vida.
Tá, eu sei, parece muita tragédia para uma garota só. Mas a história dos dois personagens é narrada de maneira tão sutil e divertida que chegamos a esquecer da condição na qual eles vivem. Confesso que até resisti um pouco para começar a ler o livro por achar que se tratava de um dramalhão ou de uma história bobinha. Mas, não. Não mesmo! Os personagens idealizados por John Green são extremamente inteligentes, sarcásticos e apaixonados por livros. Quer dizer, no caso de Hazel, por um em específico (que, aliás, ela já leu 543368 vezes): Uma aflição imperial, de Peter van Houten, escritor fictício que se transformou num dos únicos amigos de Hazel.
Depois de se conhecerem no grupo de apoio, Hazel e Gus, como ela o chama, se apaixonam, apesar da resistência por parte dela, que acredita ser uma granada prestes a explodir e, com quanto menos pessoas estiver envolvida, menor será o estrago. A paixão vem aos poucos, intercalada de medos, anseios e dúvidas. E juntos eles