A crítica à metafísica aristotélica clássica e o despontar da subjetividade cognoscente-autônoma em Immanuel Kant
Esse processo moderno de subjetivação da filosofia faz emergir um discurso centrado na capacidade pensante-cognoscente do homem sujeito, que busca determinar reflexivamente os critérios de certeza do próprio conhecimento humano, abrindo um novo espaço de liberdade enquanto autonomia da razão. Em outras palavras, a gnosiologia ou teoria do conhecimento vem tomar o lugar da clássica metafísica ou ontologia sob o percurso da crítica efetuada pelos modernos. Conforme ressalta Zilles “Os gregos trataram problemas gnosiológicos, mas costumavam subordiná-los à questão metafísica ou ontológica. Empédocles ensina, p. ex., que ‘semelhante só é conhecido por semelhante’. Coisa análoga aconteceu com os filósofos medievais. Tratavam da questão do conhecimento em estreita vinculação com a questão da realidade. Se na filosofia antiga e medieval a questão central era o Ser, na moderna passa a ser o conhecimento” (ZILLES, 1998, p. 11). Na filosofia moderna, a questão do ser é destronada pela filosofia do conhecimento e então o homem, numa atitude autocrítica, reconhece a própria autonomia racional. Desponta então a subjetividade doadora de sentido a si e ao mundo. Desse modo, a racionalidade filosófica ocidental segue o itinerário de uma razão totalizante do Ser a uma razão Subjetiva, que toma consciência das próprias capacidades e