A Crise Da Raz O No Ocidente

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A Crise da Razão no Ocidente� Hilton Ferreira Japiassu Desde Pascal, sabemos que a Razão tem suas razões que a Razão desconhece: as razões do Coração. Mesmo assim, precisamos da Razão para a construção de uma ponte entre as "coisas" do coração e as "coisas" da razão. Precisamos também dela para demonstrar que a Razão não existe, que possui limites, não é onipotente e pode delirar. Se não podemos escapar da Razão, compete ao filósofo definir as regras de seu bom uso. Contrariamente à inteligência, a Razão não é um dado natural, mas um conjunto historicamente construído de procedimentos, regras e coerções. Corresponde a uma vontade de possuir uma visão coerente dos fenômenos e do mundo. Embora seja portadora de um aspeto incontestavelmente lógico, podemos falar de uma história da razão, em estreita ligação com a história do Ocidente, vale dizer, com a história da cultura ocidental que se funda em duas raízes: a greco-romana e a judaico-cristã Existiria apenas uma razão, aquilo que os ocidentais chamam de "a" Razão? Ou poderíamos falar de razões no plural? Claro que só existe uma razão, caso contrário não teriam validade as leis científicas. Mas ela se exprime em formas diversas. O singular da Razão não é incompatível com o plural das racionalidades, vale dizer, com essas diversas formas de nosso espírito criar estruturas lógicas para aplicá-las ao mundo real e com ele dialogar: embora não pretenda esgotar a totalidade do real num sistema lógico e coerente (racionalização), a racionalidade tem a pretensão de dialogar com o que lhe resiste, pois "há mais coisa no mundo que em nossa filosofia". O universo é muito mais rico do que podem concebê-lo nossas estruturas lógicas e racionais. O que é particular ao Ocidente é esta forma de racionalidade denominada racionalismo, isto é, a crença segundo a qual todo objeto só pode ser pensado e resolvido por um bom uso da Razão. Em outras palavras, o racionalismo tanto pode ser: uma visão de mundo afirmando o perfeito acordo

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