A criatividade da Câmera Descritiva
Antes de começar a gravar um filme, tudo deve ser analisado. O posicionamento da câmera é algo de extrema importância para a construção da cena. Algumas perguntas são inicialmente feitas:
- Onde colocar a câmera?
- Ela deve se movimentar ou não?
- A cena exige sombra ou luz? O roteiro será o guia de cada cena. As roupas, falas e gestos dos atores, por exemplo, já terão sido descritos na elaboração do roteiro, mas é no decorrer da filmagem que elementos novos podem surgir: a cor do vestido da protagonista pode ser mudada, por exemplo, para dar mais veracidade à história. O ponto de vista é a localização da câmera. Ele vai determinar de onde parte o olhar. Onde essa câmera está localizada e para onde ela olha são duas questões chaves para entender o que se quer transmitir em cada cena. Essa câmera será a testemunha de cada ação. Assim, é através dela que a história vai ser transmitida ao público, condicionando assim a leitura da cena. A câmera descritiva traz elementos importantes, como o close, para mostrar detalhes da história. O close é responsável pelo isolamento de uma das partes da cena. Ele vai aproximar a imagem ao espectador, causando uma intimidade maior do público com a história. As expressões de sofrimento e felicidade ganham destaque com esse instrumento. A câmera objetiva coloca o espectador na história, descrevendo o espaço geográfico, figurinos, gestos e tudo que envolve o universo dos personagens. A câmera subjetiva representa o olhar do personagem. O filme “O escafandro e a borboleta” reflete perfeitamente esse olhar, pois a câmera aponta exatamente a visão que o protagonista está tendo nos momentos que expressam seus sentimentos mais íntimos. Os movimentos da câmera são de profunda importância para a composição dos pontos de vista. Podem ser divididos em panorâmicos e travellings. Os panorâmicos deslocam apenas a “cabeça” da câmera e é de grande importância na descrição de uma cena, para ambientar o personagem. O