a criança em seu mundo Mario Sérgio cortella
Somos a primeira geração de humanos que não cuida da próxima geração: recursos, meio ambiente etc. e sim desmontamos as condições de existência, anunciando e obrigando isso às crianças.
De que crianças estamos falando? O conceito de criança, para os mais velhos é aquele ou aquela de 14, 15 anos. Contudo, atualmente o ECA diz que criança tem 11 ou 12 anos. Na atualidade, criança não se define por idade. Para os mais antigos, infância é agradável, enquanto para as crianças de hoje em dia, dizemos às crianças que não há presente, não haverá futuro, não há comida, o que vestem não é roupa, os amigos não são verdadeiros e elas não têm passado, criando a ideia dum presente eterno, em outras palavras, Carpe diem. A ideia do carpe diem é típica da sociedade que vive sob opressão, opulência e luxuria, portanto precisa-se existir ao limite da capacidade do presente. Ou seja, se tiver que beber, beba até o limite, se tiver que dançar, dance até o limite. Hoje as crianças são ansiosas pelo amanhã que poderá ser melhor -o futuro é radiante.
Os professores são, as vezes a única pessoa que toca nas crianças. Atualmente, as crianças saem antes de casa do que os pais. Antes, os adultos acordavam as crianças, hoje o celular toma essa função e ela se acorda, então, o único adulto com quem ela se relaciona é com quem trabalha em sua casa, pessoa a quem ordena. A criança que se acorda, faz a própria higiene, ordena a empregada e quando chega em sala precisa receber ordem do professor.
Há um descompasso no ingresso dessa criança à sala de aula, pois a ligação da mulher loira da mídia que a ensinava todas as manhãs por duas ou três horas é rompida quando a professora é morena.
Crianças de 10 ou 11 anos atualmente apontam o dedo no nariz do professor e afirmam que pagam o salario, trazendo um distúrbio na relação do cotidiano, pois não tem relacionamento com os pais, se tem, é eletrônico pelo celular. Essa criança encontra na escola a convivência e o único contato com