a construção do saber
Sociedade
0 homem pre-historico, abordado no inicio do capitulo 1, divinizou o fogo antes de aprender a domina-lo, o que Ihe permitiu compreender e explicar um fenomeno para o qual nao conhecia qualquer explica§ao logica. Quando pintava na parede de sua caverna um animal ferido por uma flecha, acreditava exercer igualmente uma interven?ao magica que aumentaria suas chances de matar o animal. As ciencias humanas nasceram com inten?6es semelhantes: compreender, explicar e prever. Compreender e explicar a realidade social, bem como prever seu funcionamento para eventualmente domina-la, tais sao as fw^oes das cigncias humanas. As ciencias humanas sao exercidas em resposta as necessidades concretas da sociedade. Tratar-se-a, portanto, neste capitulo, do que a sociedade espera das ciencias humanas, de um lado, e do que as ciencias humanas fornecem a sociedade, de outro, lembrando, no percurso, as responsabilidades que isso implica para os pesquisadores. Em seguida, evocaremos alguns aspectos especificos e preocupagoes particulares da pesquisa nas ciencias humanas que nos interessam.
A FUNCAO SOCIAL DO SABER
Vimos, no primeiro capitulo, que as ciencias humanas surgem em sua forma moderna na segunda metade do seculo XIX, inspiradas no modo de constni9ao do saber entao preponderante em ciencias naturais. Isso explica a metodologia que entao adotam, mas nao explica seu surgimento.
Se surgem nesse momento e devido a novas necessidades, problemas ineditos que causam inquieta?6es. Esses problemas estao ligados a profundas mudan?as que as sociedades ocidentais entao conhecem nos pianos politico e economico. A ordem anterior acha-se suficientemente modificada para que se possa qualificar tais mudan?as de revolu?ao. E, portanto, a sociedade, por intermedio de seus problemas e necessidades, que favorece o surgimento das ciencias humanas.
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As duas revolu9oes
Uma dessas mudan9as maiores foi a revolu9ao industrial.