a constituiçao pedagogica na ed fisica
O processo de conhecimento e a prática pedagógica da educação física vêm conquistando legalidade e legitimidade sociais, em decorrência de sua capacidade de negociação com um projeto político-social mais amplo, com o qual se encontram, irremediavelmente, envolvidos.
Sabemos que a educação como um todo e, portanto, também a educação física servem à reprodução das relações de produção dos sistemas político-social e econômico-capitalista, que necessitam da auto-renovação permanente de potencial cultural e capacidade operacional, para a manutenção do sistema, em suas linhas gerais.
Com o processo de globalização econômico, cultural, político, o neoliberalismo, como ideologia desse novo capitalismo mundialmente interdependente, vem assumindo a feição de um novo totalitarismo, propagando, entre outras coisas, a necessidade da competitividade e performatividade, como princípio de desenvolvimento do homem e da sociedade. O valor do homem passa a estar mais no que produz e consome do que no que ele é, como ser que se autoconstrói pelo trabalho, tendo como referência seus próprios afetos e limites. Com o avanço da tecnologia dos meios de comunicação – que oferecem modelos de realização, de felicidade, de comportamento –, de um modo geral, dominados somos todos, que, de uma forma ou de outra, encontramonos sob sua influência. Portanto, mesmo sem deixar de ser condicionada, mas sendo, ao mesmo tempo, princípio de condicionamento, a educação não pode se furtar ao compromisso com os anseios de emancipação da maioria, porque se encarrega de formar uma camada crítica, capaz de converter intenções de