humanitude
Margot Phaneuf, inf., Ph. D.
Tradução: Nidia Salgueiro, Enfermeira Professora
Introdução
Os cuidados de enfermagem definem-se a partir de diferentes modelos teóricos em que todos visam a prestação de cuidados de qualidade, a autonomia e a independência do sujeito que requer cuidados, do mesmo que uma visão global da sua pessoa e das suas capacidades. Estes modelos declinam-se em diversas aplicações que favorecem a organização dos cuidados e uma maior precisão do papel da enfermagem junto do doente e na sociedade.
Acontece todavia que temos grande necessidade de reavivar a chama que deveria animar os nossos cuidados, porque quem de nós não ouviu aqui ou ali críticas denunciando a sua desumanização. Não há, infelizmente, remédio miraculoso para este mal. Mas talvez tivéssemos necessidade de tornar as coisas mais concretas para cuidadores e estudantes e devêssemos fundamentar as nossas acções sobre certas noções fundamentais daquilo que faz essencialmente o humano, sobre o que determina profundamente as suas necessidades e sobre a importância de as ter em conta no cuidar dos doentes.
Existe um conceito antropológico mais simples e talvez susceptível de nos ajudar neste sentido. É o conceito de « humanitude » popularizado por Yves Gineste e Rosette Marescotti para as pessoas idosas em perda de autonomia cognitiva1 . Poderá mostrar-se interessante aplicá-lo aos cuidados gerais, porque poderia, provavelmente inspirar os nossos contactos com os doentes, qualquer que seja a sua idade ou os seus problemas e restituir a nobreza a cuidados quotidianos que frequentemente nos parecem muito banais e monótonos. http://perso.orange.fr/cec-formation.net/philohumanitude.html 2
Distinção entre dois conceitos importantes
Conhecemos já o conceito de humanismo muito divulgado entre os profissionais da saúde. É na realidade uma orientação que não é nova, mas que conserva sempre toda a sua