A confissão de Lúcio
De uma casa de campo, Lúcio informa ao leitor que fará uma confissão. Mesmo nos dizendo que tal confissão parece inverossímil, o narrador-personagem nos garante que não relatará nada menos que a verdade. Lúcio passou dez anos na prisão por um crime que garante não ter cometido, mas pela inverossimilhança de sua história, ninguém o daria crédito. Assim então Lúcio começa a nos narrar os acontecimentos. Paris, 1895: Lúcio, nos conta do meio artístico e destaca-se nessa narração a figura de
Gervásio Vila Nova: escultor, dono de uma conversa envolvente, embora fosse algo “disperso, quebrado, ardido”. Destaca-se ainda, nesse momento, a admiração que vai desenvolver por uma misteriosa americana, mulher rica e sedutora: “Criatura alta, magra, de um rosto esguio de pele dourada – e uns cabelos fantásticos, de um ruivo incendiado, ‘alucinante’ que em breve fará uma recepção em sua nova casa, festa que Gervásio e Lúcio são convidados.
Antes da festa da americana misteriosa, Gervásio diz a Lúcio que mais uma pessoa irá com eles e que precisam se encontrar. É Ricardo de Loureiro quem espera pelos dois. Dá-se a festa que é luxuriosa: Mulheres seminuas, sexos descobertos, luzes, roupas curtas, outras partes do corpo descobertas, mulheres fazem encenações eróticas. A festa é descrita de maneira inebriante.
Ricardo de Loureiro e Lúcio Vaz se conhecem finalmente: este já conhecia aquele de nome visto que era poeta. Faz-se então uma amizade quase que repentina entre os dois: tanto Lúcio quanto
Ricardo são apaixonados por arte e literatura e é recorrente nas conversas entre os dois a cidade de Paris, vista como concentração da cultura. Gervásio e a americana fazem sua última aparição na novela: a americana desaparece de cena e Gervásio comete suicídio, revelado ao leitor posteriormente.
Nas muitas conversas entre Lúcio e Ricardo existem sintomas de homossexualidade: em um dos diálogos entre os dois, Ricardo diz que nunca fora amigo de ninguém,