A condição humana na teologia
Mateus 22.37: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. ο δε έφη αυτω, Αγαπήσεις κύριον τον θεόν σου εν όλη τη καρδία σου και εν όλη τη ψυχη σου και εν όλη τη διανοία σου.
1. SENTIDO DO TERMO RAZÃO:
Normalmente entendemos a razão como a característica principal do ser humano, o que o distingue dos demais seres. Ela é considerada como uma faculdade humana com a qual o homem compreende o mundo que o circula, que o abre ao ser. Essa faculdade é diferente do sentimento, da experiência e da vontade. Não se opõe a elas, mas lhes é complementária.
Para a “Filosofia Tomista” a razão é o aspecto discursivo e ativo da potência intelectual humana. Diferencia-se do intelecto, pois este último é a “potência que constitui a alma humana em seu grau de perfeição.” A razão é entendida como o movimento do intelecto. O intelecto está no começo e no final da atividade discursiva da razão.
“Tomismo: Doutrina escolástica de S. Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo italiano, adotada oficialmente pela Igreja Católica, e que se caracteriza, sobretudo pela tentativa de conciliar o aristotelismo com o cristianismo”.
“A intelecção (entendimento) é a simples apreensão da verdade inteligível (que se compreende bem); o raciocínio (usa da razão para conhecer) é o movimento do pensamento procedendo de um objeto de conhecimento a outro para alcançar a verdade inteligível. O raciocínio é para a intelecção o que o movimento é a para o repouso ou a aquisição é para a posse; há entre estes termos a mesma relação que entre o imperfeito ao perfeito.”
A distinção clássica “tomista” entre intelecto (potência intuitiva e abstrativa) e razão (potência discursiva) recorda a distinção platônica entre διάνοια e νους. διάνοια: mente, entendimento, intelecto; “a mente como a faculdade de entender, sentir e deseja”. νους: faculdade intelectual, mente, a razão, entendimento, alma,