A concepção de infância na visão de Philippe Ariès
Geralmente, quando fala-se em infância, não é levado a sério a importância social desta etapa da vida em conjunto com, por exemplo, o envolvimento familiar e escolar.
Na antiguidade, tanto mulheres quanto crianças eram consideradas inferiores. Muitas vezes, a infância era interrompida bruscamente para dar lugar ao trabalho. Elas eram vistas como um instrumento, e assim que possuíam características e independência física eram inseridas no mundo adulto.
A educação infantil também era subestimada. A política adotada discriminava as crianças muito pequenas, pois os centros tinham caráter mais técnico do que pedagógico e somente os jovens é que assistiam as aulas.
A preocupação com educação moral e pedagógica e com o comportamento no meio social só passou a existir na modernidade a partir do fim do século XVI, em função da mudança de costumes como, modo de vestir, valorização da educação infantil e maior cuidado com crianças das classes menos favorecidas e com menor poder aquisitivo.
A partir da intensificação, no século XIX, de problemas como exploração infantil e aumento das crianças abandonadas, é que deu-se início à discussões para formulação de leis e criação de mecanismos para proteger a infância.
A preocupação inicial foi em retirar das ruas crianças que se encontravam sem moradia fixa e que fossem consideradas menores infratores. O objetivo era interná-las, a fim de tratar de suas necessidades e corrigi-las socialmente. Para isso, foi criado por volta de 1942 o Serviço de Assistência ao Menor (SAM), extinto anos mais tarde por conter ações consideradas repressivas.
A partir daí, após a década de 1970, a preocupação tornou-se ainda maior, passando a ser considerada prioridade política, social e normativa internacional. Foi então criado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que tem como objetivo atender crianças e adolescentes,