A comédia de Terêncio - O Eunuco
O tratamento estético que Terêncio dá à sua obra faz com que ele mude por completo o prólogo em relação a seus antecessores, que contem quase sempre o resumo da peça a ser apresentada, isso levou-o a renunciar o prólogo argumentativo, preferindo apresentar o argumento no interior da peça.
O prólogo de O Eunuco tem como tema central o plágio. O poeta defende-se da acusação de ter "roubado" o argumento de um Colax já apresentado por Névio e de uma velha peça posta em cena por Plauto ao transpor para O Eunuco duas personagens originário do Colax de Menandro: O soldado fanfarrão e o parasito, a resposta de Terêncio é que não havia roubo, pois os personagens haviam sido tirados de Menandro e não dos autores latinos, e que se ele havia cometido uma falta era por desconhecer que o argumento dessa peça já havia sido aproveitado em latim. ENREDO:
Terêncio organiza o enredo de O Eunuco de modo a produzir uma sensação de imprevisibilidade da ação. Para isso ele recorre a criação de uma expectativa no público, a ser frustrada com a inclusão de uma segunda intriga.
O Eunuco inicia-se com o argumento em suspenso. A cena inicial, que introduz as personagens Fédria e Parmenão, apenas informa que Fédria é amante de uma cortesã, que no dia anterior, recusou-se a recebe-lo em sua casa, e agora chama-o de volta para dar-lhe uma explicação. Através da justificativa de Taís, o publico é informado de alguns detalhes essenciais para a compreensão do enredo. A cortesã fala a respeito de Pânfila, uma jovem ateniense raptada por piratas na infância, que foi parar na casa de sua mãe e foi criada como sua irmã, e de como ela foi parar nas mãos de Tração, amante de Thaís anterior a Fédria. Ela fala para o seu amante a respeito do plano que tem para devolver Pânfila a seus familiares. Pois o soldado, sabendo que ela vivia na casa da mãe de Taís, e sem saber mais detalhes, adquire-a para dar de presente a Taís que se aproveita da situação para restituir a moça e , com isso,