Teatro Romano
1. INTRODUÇÃO
O império romano foi um Estado militar. Antes de Augusto, os romanos eram guerreiros, depois de Augusto, governaram o mundo. O caminho desde a legendária fundação da Cidade das Sete Colinas em 753 a.C. até o império mundial romano é uma sucessão de guerras de conquista e, ao mesmo tempo, a legitimação de um nacionalismo fundamentado, desde os primórdios, no poder da autoridade.
Até mesmo os deuses estavam sujeitos aos ditames do Estado. A localização de seus principais santuários não era determinada pela tradição, mas pela república. Antes das legiões romanas capturarem uma cidade inimiga, seus deuses eram requisitados numa cerimônia religiosa, a evocatio (chamado), para que abandonassem as cidades sitiadas e se mudassem para Roma, onde poderiam contar com templos mais grandiosos e maior respeito.
Os Ludi Romani, as mais primitivas das festividades religiosas oficiais onde se apresentavam espetáculos, eram consagrados à tríade Júpiter, Juno e Minerva. A religião do Estado havia se apossado da hierarquia dos deuses olímpicos da Grécia, com poucas mudanças de nomes, mas nenhuma modificação maior de caráter. Às margens do Tibre, como à sombra da Acrópole em Atenas, Tália, a musa da comédia, e Eutérpia, a musa da flauta e do coro trágico, eram as deusas padroeiras do teatro.
Este povo racional, técnica e organizadamente tão bem dotado, deve ter achado bastante natural aplicar aos arranjos de suas cerimônias religiosas a mesma resoluta determinação que distinguia suas expedições militares. O teatro de Roma fundamentava-se no mote político “panem et circenses” - pão e circo - que os estadistas astutos têm sempre tentado seguir.
Tanto em suas características dramáticas quanto arquitetônicas, o teatro romano é herdeiro do grego. No que diz respeito ao florescimento da literatura dramática de Roma, este período corresponde aos séculos III e II a.C., quando prosperaram as peças históricas e as comédias (em palcos temporários de