cidade antiga
A religião da cidade
1. ° Os banquetes públicos
A principal cerimonia do culto doméstico era chamado sacrifício. Comer um alimento preparado sobre o altar foi, segundo parece, a primeira forma dada pelo homem ao ato de religião.
A principal cerimonia do culto da cidade consistia também em um banquete semelhante, acreditava-se que a salvação da cidade dependia de sua realização.
A Odisséia nos dá a descrição de um desses banquetes sagrados: nove longas mesas são servidas para o povo de Pilos; em cada uma delas sentam-se quinhentos cidadãos, e cada grupo imola nove touros em honra dos deuses. Esse banquete, chamado o banquete dos deuses começa e termina por libações e preces. Idênticos costumes existiam por toda parte.
Os gregos estavam convencidos de que, se esse banquete deixasse de ser celebrado por um único dia, o Estado ficava ameaçado de perder o favor dos deuses.
Observando-se como as coisas se passavam nessa refeição, se reconhece perfeitamente tratar-se de cerimonia religiosa. Cada conviva tinha uma coroa na cabeça, acreditavam que quanto mais flores tivessem mais os deuses estariam pertos e se menos, eles se afastariam. Os convivas, pela mesma razão, estavam vestidos de roupa branca a cor que agradava aos deuses. A religião chegava ate a fixar a natureza dos vasos que deviam ser usados, quer para o cozimento dos alimentos, quer para o serviço da mesa. É justo acrescentar que, quando os convivas haviam satisfeito a religião, comendo os alimentos prescritos, podiam imediatamente depois começar outro banquete mais suculento.
Esses costumes antigos dão-nos ideia do vinculo estreito que unia os membros de uma cidade. A associação humana era uma religião; seu símbolo era o banquete publico. Daí se originou a união intima entre os membros da cidade. Com efeito, esses homens estão ligados por algo mais forte que o interesse, a convenção, o costume, une-os a comunhão sagrada, piedosamente realizada na presença dos deuses da cidade.
Em todos os