A ciência, o poder e os riscos
Pretende-se abordar os problemas que se originaram da cultura científico-tecnológica e olhando para sugestões alternativas, escolhemos duas que nos parecem resumir as principais lacunas deste ramo, visto que estão ligados entre si.
Qual é o real impacto da ciência e da tecnociência no nosso dia-a-dia? A tecnociência trouxe vantagens inimagináveis, e isso reflecte-se no modo como vivemos a nível planetário. A tecnociência define-se basicamente como um sistema de saber que reúne ao mesmo tempo as finalidades específicas da ciência, que procura o conhecimento objectivo e da técnica, que orienta para o controlo e domínio do real.
É difícil imaginarmo-nos hoje em dia sem o apoio e os recursos que a ciência e as tecnologias põem à nossa disposição. Isso não significa que não haja riscos, por isso, nem tudo que a tecnociência permite deve ser efectuado. Há-que haver prudência, até porque o veloz progresso científico e tecnológico gerou uma espécie de ilusão optimista em relação ao futuro e uma crença ingénua na capacidade humana de alcançar um conhecimento total do Universo. Ao longo do séc. XIX pensou-se que a ciência podia solucionar progressivamente todos os problemas e adversidades que afectam os seres humanos. Este optimismo generalizado levou a certas implicações, tais como o aumento do poder dos seres humanos sobre a Natureza, melhorar as condições de vida com a eliminação das preocupações e misérias da humanidade. O aparecimento de uma nova mentalidade racional transformou não só as relações entre nações, mas também as ligações do ser humano com o trabalho e com ambiente.
A partir da revolução industrial, a ciência tornou-se num instrumento de poder sobre a natureza e sobre o próprio ser humano. Pode até melhorar as condições e vida, mas é usada também para dominar, limitar a liberdade e ameaçar o equilíbrio natural do planeta Terra.
A tecnociência prometia desenvolvimento e bem-estar, mas isso não foi completamente