A ciência como vocação

INTRODUÇÃO

Meu objetivo neste trabalho é o de fazer algumas observações no que diz respeito à especialização (dos trabalhadores científicos) nos textos: “A Ciência como Vocação” de Max Weber, “Caracteres de Classe da Ciência e dos Trabalhadores Científicos” de André Gorz, “O Campo Científico” de Pierre Bourdieu e “A Razão na Época da Ciência” de Hans-Georg Gadamer, destacando alguns pontos sobre tal assunto que acho importantes.

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Weber coloca, em seu texto "A ciência como vocação", a diferença entre a carreira acadêmica da Alemanha e dos Estados Unidos. Na Alemanha, o estudante tem que ter recursos para se manter, porém, uma vez contratado, é impossível mandá-lo embora; enquanto nos Estados Unidos, o mesmo é remunerado desde o início de sua vida acadêmica, além disso, ele é "obrigado" a atrair um grande número de alunos.

Outra diferença que ele coloca é que na Alemanha há uma espécie de "especialização", na qual o catedrático geralmente ministra menos cursos do que deseja. Na América, nos primeiros anos de carreira, o assistente se sente sobrecarregado, principalmente porque é remunerado desde o início.

Segundo Weber, a ciência "...entrou numa fase de especialização antes desconhecida e que isso continuará. Não só externamente, mas também interiormente, a questão está no ponto em que o indivíduo só pode adquirir a consciência certa de realizar algo verdadeiramente perfeito no caso de ser um especialista rigoroso". E acrescenta: "Somente pela especialização rigorosa pode o trabalhador científico adquirir plena consciência, de uma vez por todas, e talvez não tenha outra oportunidade em sua vida, de ter realizado alguma coisa duradoura. Uma realização verdadeiramente definitiva e boa é, hoje, sempre uma realização especializada". 01

O que quer dizer que, quanto mais se é especializado em um determinado assunto, maior é o índice de aproveitamento.