A ciência como vocação
Rafael Almeida Celestino de Matos
Campo Mourão
2014
A CIÊNCIA COMO VOCAÇÃO
Em seu texto “A Ciência como Vocação”, escrito em 1919, Weber começa apresentando a comparação de dois quadros muitos distintos: a profissão de cientista na Alemanha e nos Estados Unidos visando responder à seguinte pergunta: “qual a situação de um graduado que está decidido a ingressar numa carreira científica ou erudita no mundo acadêmico?”.
Na Alemanha, o jovem redige uma tese e faz alguns exames. Sendo aceito, pode dar cursos com o assunto que desejar e recebe dinheiro dos pagamentos dos alunos. Mas o jovem cientista não consegue dar as aulas que gostaria. Outro detalhe, é que os cursos maiores são ministrados por professores mais velhos.
Nos EUA, o formado, em seus primeiros anos, se vê carregado de trabalho, pois é remunerado. Pode ser, ainda, demitido a qualquer hora, forçando-os a terem “salas cheias” para garantirem o cargo. A primeira coisa que ele fala para se tornar um cientista é que a paixão é um pré-requisito mínimo.
Sem essa preciosa intoxicação, ridicularizada pelos que estão do lado de fora, sem essa paixão, essa sensação de que “milhares de anos se passarão antes que você ingresse na vida de outros milhares esperarão em silêncio” – dependendo de sua interpretação ser correta, a ciência não sua vocação, e você deve fazer alguma outra coisa. Porque nada tem valor para um ser humano como ser humano se não puder fazê-lo com dedicação apaixonada. (WEBER, op. cit., p. 436.)
Mas, por mais que haja tal paixão, o bom resultado não é garantido. Vemos isso na tentativa de realizar uma pesquisa, onde muitas pessoas desistem de terminar. Weber aponta para isso como a falta de inspiração que vários cientistas tem, por isso é necessário ter vocação científica.
Ele conclui dizendo que o objeto ou o tema que alguma ciência conhece é digno de esforços porque aquele que a pratica considera que esse tema merece ser