A Chegada Dos Brancos
A chegada dos brancos
Narrativa Krenak
O eterno retorno do encontro por Ailton Krenak
Narrativa Baré
"Nós não eramos índios" por Bráz de Oliveira França
Narrativa Yanomami
Sonho das origens/Descobrindo os Brancos por Davi Kopenawa Yanomami
Narrativa Sateré Mawé
Uruhe'i e Maripyaipok por Dona Maria Trindade Lopes
O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro (sócio-fundador do ISA) apresenta e analisa as narrativasKrenak, Yanomami, Sateré-Mawé, Tupinambá, Kuikuro, Desana, Zo'é, Baré e Wapishana.
A HISTÓRIA EM OUTROS TERMOS
As narrativas indígenas aqui publicadas dispensariam qualquer apresentação - quanto mais uma assinada por um branco -, não fosse o fato de que seu destinatário somos precisamente nós, os brancos. É apenas por isso que não me parece impróprio introduzi-las, fazendo votos de que elas nos possam abrir os ouvidos, e reavivar a memória. Escutemos pois o que dizem os Desana, os Baré, os Mawé, todos esses que viemos a chamar, por esquecimento, “índios”, como quem diz os outros, quando fomos nós que nos tornamos outros. Os que foram esquecidos não esqueceram.
Outras Leituras
Leia também o texto Os termos da outra história do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro
O que se lê aqui é a história destes quinhentos anos, uma história que pensamos conhecer - mas contada em outros termos. Não é, para começar, uma história (dos índios) contada pelos brancos, mas uma história (dos brancos) contada pelos índios. Uma história, ou melhor dizendo, várias. Pois estas histórias impressionam pela diversidade: diversidade das posições enunciativas, dos contextos discursivos, dos gêneros de fala, dos recursos semânticos, dos registros epistêmicos, dos processos de textualização. Fala-se aqui do passado “imemorial”, mas também do ontem e do amanhã; falam vozes muito distantes, outras muito próximas; falam povos com experiência secular dos brancos, outros cujo “contato” conosco é coextensivo ao tempo de vida do narrador;