A certeza da impunidade
Em uma sociedade capitalista que só valoriza quem tem dinheiro, algumas pessoas ficam mais propensas a agir em desacordo com os princípios éticos e morais em busca de se levar vantagem e conseguir as coisas pelas maneiras mais fáceis, e às vezes não muito corretas. Se aliado a isto houver a certeza da impunidade, então está aberto o caminho para a corrupção. É doloroso ver pessoas que roubam o país, livres, ricas e ostentando poder. São principalmente políticos e empresários corruptos que deixam a sociedade inteira a mercê da própria sorte. Tal qual uma infecção generalizada que mata por falência do organismo, a corrupção está matando nosso País. A corrupção é a doença que mais ameaça o Brasil, mais que a Aids, que o infarto, que o câncer, que os traumas violentos. É preciso mudar o sistema que parece só piorar com o passar do tempo. Corrupção e roubo existem em todos os países, mas pior que o Brasil só mesmo a grande África.
É de se pasmar o que acontece no Brasil. Em 30 de Agosto de 2007 a Radiobrás divulgou o relatório apresentado em Brasília ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar pelos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) relacionando oito pontos em que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quebrou o decoro parlamentar. Casagrande e Serrano concluíram pela cassação do mandato de Calheiros (Rodrigues, 2007). Esse relatório foi arquivado após ser votado pelos pares do senador Calheiros, em sessão secreta.
Enquanto reinar a impunidade o povo não terá esperança de mudança, dentro do patamar de aceitabilidade mínimo de ética, que deveria ser o dogma dos nossos políticos. Não se pode mais continuar impassível diante do triunfar de tanta e de tão variada gama de corrupção, nossa identidade enquanto nação exige que se reverta o quadro atual que faz muitos terem vergonha da honestidade, estimula a devassidão e a falta de virtude por princípio. Ruy Barbosa, já no inicio do século, advertia o