A cadeia de valor da sociedade feliz
Por Paulo Roberto Bretas, Diretor de Gestão de Pessoas e Logística da Empresa Gestora de Ativos - EMGEA e Professor da Universidade do Distrito Federal – UDF
Em 1776 o então filosofo Adam Smith escreveu sua obra maior “A Riqueza das Nações”. Mais tarde Smith era reconhecido como o pai da economia. O liberalismo e a livre iniciativa devem muito a este cientista social do século XVIII, que soube tão bem interpretar seu tempo.
Nessa obra encantadora o autor descreve o que seria o conjunto de idéias e concepções que vieram a consolidar no mundo o sistema capitalista de produção. Descreve e fundamenta a teoria da divisão do trabalho e explica a importância da concorrência para o crescimento e a qualidade do mercado. Desafia os pensadores mercantilistas e demonstra que o verdadeiro valor vem do investimento produtivo capaz de atingir mercados compradores com a máxima produtividade e não com a simples acumulação de riquezas. Hobbes descreveu o homem como “o lobo do homem”. Certamente essa idéia influenciou Smith, como a muitos outros de seu tempo e de tempos atuais. Pois Smith desenvolve suas idéias liberais com base no princípio do egoísmo e do individualismo. Dizia ele que se cada um buscar o melhor para si irá levar a sociedade a ser melhor como um todo pelas regras da competitividade. Quando busco um menor preço para comprar ou quando produzo por um menor custo sou capaz de ser mais competitivo e eliminar a concorrência.
Somos seres que nos tornamos egoístas ou já nascemos egoístas na luta pela sobrevivência? Na verdade, para o que quero transmitir aos leitores, não importa a resposta. O que importa é a mudança do jogo. Sair de um jogo altamente focado na competição e no individualismo para desenvolver outro jogo onde pessoas e organizações passam a construir uma sociedade baseada nos princípios da colaboração. O tempo de fortalecimento de uma sociedade construída sobre valores nada altruístas e sem controle está sofrendo