A cabeça bem feita
O autor Edgar Morin graduou-se em Economia Política, História, Geografia e Direito. Sociólogo, antropólogo, historiador e filósofo, ele é considerado um dos maiores intelectuais contemporâneos. Em 1999, lançou "A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento", obra composta de prefácio, nove capítulos e dois anexos. Convencido da necessidade de reformar o pensamento para reformar o ensino, Edgar Morin desenvolveu uma linha de idéias que o conduziram a esta obra. O autor afirma que a complexidade é um desafio que sempre se propôs a vencer e dedica o livro à educação e ao ensino, a um só tempo. "Esses dois termos, que se confundem, distanciam-se igualmente". Morin diz que “educação” é uma palavra forte: "a utilização de meios que permitem assegurar a formação e o desenvolvimento de um ser humano; esses próprios meios" (p.10), mas ressalva que o termo "formação", com suas conotações de moldagem e conformação tem o defeito de ignorar que a missão do didatismo é encorajar o autodidatismo, despertando, provocando, favorecendo a autonomia do espírito. O “ensino”, arte ou ação de transmitir conhecimentos a um aluno, de modo que ele os compreenda e assimile, tem um sentido mais restrito, porque apenas cognitivo. O autor tem em mente um ensino educativo e aponta que a missão do ensino educativo é transmitir não o mero saber, mas uma cultura que permita compreender nossa condição, nos ajude a viver e favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre (p.11). No capítulo 1, intitulado "Os desafios", o autor nos apresenta o pensamento de Lichnerowicz: “Nossa Universidade atual forma, pelo mundo afora, uma proporção demasiado grande de especialistas em disciplinas predeterminadas, portanto artificialmente