A BOCA QUE TE BEIJA É A BOCA QUE TE ESCARRA
UNIDADE SÃO GABRIEL
FACULDADE DE PSICOLOGIA
A BOCA QUE TE BEIJA É A BOCA QUE TE ESCARRA: Vida e trabalho de mulheres dependentes químicas - (Re)inserção e (Re)caídas
Jaíza Pollyanna Dias da Cruz1
Isabela Saraiva de Queiroz2
Neste estudo discuto a categoria trabalho como uma via de reinserção social mulheres que já passaram por tratamento da dependência química. Os pressupostos foram que o trabalho poderia ser uma forma das mulheres se (re)inserirem socialmente pós o término do período de internação em comunidades terapêuticas e que em outros casos, por ter sentidos ambivalentes, a relação com a organização do trabalho poderia ser um fator de recaída para o uso abusivo de drogas. Desse modo, o objetivo central da pesquisa foi compreender se a categoria trabalho é uma via de reinserção social para mulheres que passaram por tratamento da dependência química em comunidades terapêuticas. Foi utilizada a abordagem metodológica qualitativa, e o método de coleta de dados escolhido foi a entrevista semi-estruturada, com quatro mulheres reincidentes no tratamento da dependência química que estavam em período de internação em comunidades terapêuticas. Após a transcrição e categorização dos dados, foi feita a análise de conteúdo. No referencial teórico foram discutidas questões concernentes à relação do ser humano com seu trabalho, mulheres e o mercado de trabalho, exclusão social, dependência química e comunidades terapêuticas e dependência química e trabalho. Para tanto, utilizamos respectivamente alguns(mas) teóricos(as) que discutem sobre estes temas, tais como: Codo (1988); Viegas (1989); Dejours (1986); Dejours e colaboradores (1994); Clot (2006); Le Guillant e Lima (2006); Fonseca (2000); Hirata e Kergoat (2007); Scott (1995); Figueiredo (1999); Sawaia (2008); Scott (2005); Demo (1998); Berger (1983); OMS-CID10 (2003); OBID - Scivoletto e Duarte (2006); De Leon (2003); Fracasso (2006); Sabino e Cazenave