Augusto dos anjos
Fator universal do transformismo.
Filho da teleológica matéria,
Na superabundância ou na miséria,
Verme - é o seu nome obscuro de batismo.
Jamais emprega o acérrimo exorcismo
Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.
Almoça a podridão das drupas agras,
Janta hidrôpicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão...
Ah! Para ele é que a carne podre fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!
O DEUS-VERME
Fator universal do transformismo.
Filho da teleológica matéria,
Na superabundância ou na miséria,
Verme - é o seu nome obscuro de batismo.
Jamais emprega o acérrimo exorcismo
Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.
Almoça a podridão das drupas agras,
Janta hidrôpicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão...
Ah! Para ele é que a carne podre fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!
BIOGRAFIA
Paraibano nascido no Sapé, na época Engenho Pau d’Arco, Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos teve o primeiro contato com as letras através do pai, começando a escrever logo aos sete anos de idade. O escritor chegou a dar aulas no colégio em que estudou, o Liceu Paraibano.
Augusto dos Anjos cursou direito na Faculdade de Direito do Recife, formou-se em 1907 mas não chegou a atuar como advogado, dava aulas de português. Casou-se três anos depois com Ester Fialho.
Lançou o livro de poemas “Eu” em 1912, foi a única obra publicada em vida. O livro marca um período pré-modernista da literatura nacional. Um dos personagens dos seus poema, inclusive, não era uma pessoa e sim um pé de tamarindo.
O escritor morreu cedo, com apenas 30 anos, em decorrência de uma pneumonia.
BIOGRAFIA
Paraibano nascido no Sapé, na época Engenho Pau d’Arco, Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos teve o