A Ação pedagógica do professor em sala de aula
1. INTRODUÇÃO
Ser professor: vocação ou profissão? Quem diz ter uma resposta pronta ou objetiva para essa questão não é professor ou, talvez, não conheça o trabalho do professor. Não é, portanto, uma questão simples e nem há uma resposta definitiva para ela. Perrenoud (2001), por exemplo, acredita que ser professor não é uma atividade apenas complicada, ela é, na verdade, extremamente complexa.
Outros autores procuram responder a questão estabelecendo diferenças entre o ser professor e o ser educador. Segundo Rubem Alves (2002), o professor muito se assemelha a um simples e comum eucalipto, enquanto o educador seria um frondoso e magnífico jequitibá. Ou seja, nessa analogia, o autor procura demonstrar que professores existem aos milhares, enquanto os educadores são raros, podendo ser contados nos dedos:
Educadores, onde estarão? Em que covas terão se escondido? Professores há aos milhares. Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança (ALVES, 2002, p.16)
Apesar de ser essa uma imagem extremamente poética, temos dúvida quanto a sua total veracidade. O problema talvez esteja além da simples semântica, como nos esclarece Perrenoud (2001, p.22): “A educação é uma profissão impossível, porque é uma profissão complexa, que obriga a enfrentar contradições irredutíveis, tanto no espírito do ator quanto nas relações sociais”.
Assim, as experiências vividas dentro de uma sala de aula permitem a reflexão, quase que ininterrupta, sobre o papel e as responsabilidades do professor dentro desse contexto chamado escola. E o que se observa, dentro e fora da sala de aula, são professores cada vez mais angustiados e ansiosos, assumindo encargos que estão além de suas atribuições,