A avaliação formativa no ensino superior
Reflexões e alternativas possíveis
Olenir Maria Mendes
Sem dúvida, a avaliação, tal como concebida e vivenciada na maioria das instituições educacionais, mobiliza um poder que está diretamente relacionado com a forma da organização escolar e suas relações com a sociedade em que se encontra inserida. Por isso, um dos desafios que se coloca é compreender a estrutura social capitalista em que vivemos e, a partir dela, a função social da escola, como um dos entraves para que aconteçam as grandes transformações e, especificamente as transformações das práticas avaliativas mais tradicionais.
A partir dessa premissa, tentaremos discutir alguns princípios norteadores de práticas avaliativas processuais e formativas que visam a acompanhar o desenvolvimento do aluno a partir de reflexões sobre a avaliação praticada no ensino superior. Para tanto, procuramos construir um diálogo com colegas professores e alunos com o intuito de refletir sobre as práticas avaliativas mais comuns no cotidiano do trabalho acadêmico. Entretanto, não trazemos nenhuma receita, apenas princípios, reflexões e propostas que poderão nortear o trabalho em sala de aula e, muito especialmente, o processo de definição das diretrizes para a construção de uma proposta pedagógica para o ensino superior.
O processo avaliativo não tem sido nada fácil para seus atores. Essa constatação só vem reforçar a necessidade de refletirmos sobre o nosso fazer pedagógico no ensino superior. A complexidade que o tema envolve serve de justificativa e nos deixa um pouco aliviados, quando nos sentimos amarrados pelo sistema educacional e insatisfeitos com a nossa prática em sala de aula. De qualquer forma, essa complexidade permite-nos também questionar e refletir sobre o que fazer. Então, poderíamos perguntar: Como se dá, passo a passo, a nossa prática avaliativa? A partir dela, o que entendemos por avaliação?
De modo geral, responderíamos a essas perguntas da seguinte