A Autocracia Burguesa E O Mundo Da Cultura
Os três lustros que demarcaram no Brasil a forma aberta da autocracia burguesa constituindo, um regime político ditatorial- terrorista assinalaram para sociedade brasileira uma inflexão: afirmaram uma tendência de desenvolvimento econômico- social e político que acabou por modelar um país novo.
Ao cabo do ciclo ditatorial, nenhum dos grandes e decisivos problemas estruturais da sociedade brasileira estava solucionado. Ao contrario, aprofundados e tornados mais complexos, ganharam um dimensionamento mais amplo e dramático. O desastre nacional em complexos, ganharam um dimensionamento mais amplo e dramático. O desastre nacional em que se resume o saldo da ditadura para a massa da sociedade brasileira desenhou uma sociedade de características muito distintas das existentes naquela em que triunfou o golpe de abril.
O processo global que por dar forma e substância a este país novo é uma unidade de diversidade, diferença, tensões, contradições e antagonismos. Nele se imbricam, entrosam e chocam diversos setores econômicos, sociais, políticos e geopolíticos, culturais e ideológicos que configuram um sentido da imposição por mecanismos coercitivos, de uma estratégia de classe implicando alianças e dissensões.
A remissão aos momentos mais cruciais deste processo parece ser imprescindível para estabelecer as condições em que, no mesmo período se desenvolveram ou não certas tendências, paradigmas e linhas de reflexão Serviço Social.
1.1 A significação do golpe de abril
Para os analistas da ditadura brasileira sua emergência se deu num contexto que transcendia largamente as fronteiras do país, era somente o sintoma de um processo de fundo: uma alteração na divisão internacional n capitalista do trabalho, os centros imperialistas, sob hegemonismo norte- americano, patrocinaram nos anos sessenta, uma contrarrevolução preventiva onde se desenvolvia amplos movimentos de libertação nacional e social. A finalidade da