A Atividade Interpretativa
ZIMERMAN, DAVID E. Manual de Técnica Psicanalítica: uma re-visão. 1ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Capítulo 15 – A Atividade Interpretativa
De acordo com o presente capítulo, o termo “interpretação” está bem adequado, tendo em vista que designa uma relação de vincularidade entre o analisando e o analista, onde o primeiro deixa de ser unicamente um observador e passa a ser um participante ativo. A interpretação também deve levar em conta outros fatores, inclusive o da pessoa real do psicanalista, uma vez que nem tudo o que o paciente diz tem a finalidade de comunicar algo à espera de uma interpretação do analista; pelo contrário, o discurso do paciente visa dominar, controlar e induzir o analista a interpretar justamente aquilo que ele quer ouvir, para, dessa forma, triunfar sobre ele. Igualmente, nem tudo que o psicanalista diz são interpretações correspondentes ao que proveio do analisando, pois costumam ser chavões repetitivos e estereotipados.
Ainda, segundo o autor, é bastante comum que o analisando responda mais à metacomunicação do analista do que propriamente ao conteúdo contido nas verbalizações das interpretações. Cada paciente emana signos e mensagens de múltiplos significados que necessitam serem decodificados diferentemente a cada vez, de acordo com a situação e o momento particular de cada intérprete. Sendo assim, faz-se essencial referir que a atividade interpretativa visa à obtenção de insight e à aquisição de verdadeiras mudanças caracterológicas, além de ficar restrita unicamente à conscientização dos conflitos inconscientes, possibilitando que o analisando desenvolva determinadas funções nobres do ego que nunca foram desenvolvidas ou que foram obstruídas. Posteriormente, o autor discursa sobre o desenvolvimento de outras capacidades do ego consciente do analisando, tais como enfrentar o conhecimento das verdades penosas, ao invés de
simplesmente evadi-las, ser continente com os outros e com si mesmo e