A arte retórica
Acredito não ser possível me apropriar da palavra retórica sem fazer alusão á cultura grega uma vez que a mesma nasceu em berços gregos.
De acordo com Collard (1999:19), trilhando pela etimologia, a palavra retórica esta ligada aos termos ‘retor’ - orador e ‘retoreia’ - discurso público, eloqüência, e significa tanto a arte oratória como a disciplina que versa essa arte.
No princípio, como profere o autor, evidentemente, era o Verbo.. Mas antes de tomar forma na diversidade de todas as formas, deve ter custado à Humanidade muito tempo, trabalho e, sobretudo, inventores geniais.
A Retórica nasce em berço grego e é quando o verbo assume seu papel na cena da humanidade, fato que ocorre ao se instituir a democracia, , momento político de afirmação e no qual as pessoas precisavam da palavra como ponte mediatoria para o estabelecimento de diálogos autênticos.
Barthes (1987:23) interpreta esta origem, a arte da palavra ligada a uma reivindicação, vendo na retórica um crucial instrumento de poder, como se a linguagem, na sua qualidade de objeto de uma transformação e condição de uma prática, se tivesse determinado, não a partir de uma sutil mediação ideológica, mas a partir da sociabilidade mais nua.
Grécia vivia uma realidade sócio-politica extremamente favorável ao seu desenvolvimento e para fazer valer seus direitos, os cidadãos necessitavam de um instrumento, a palavra para que pudessem persuadir o auditório de todas as informações que recebiam.
Para Collard (1999:22), não bastava ser inocente ou ter razão, mas era preciso que tal condição fosse comprovada por meio de sustentabilidade argumentativa frente ao público. Ao assumir seu lugar na democracia, a palavra passa a superar, para o autor, em força, a força bruta ou a violência. “Ainda ontem era necessário cerrar os punhos para ganhar, e já hoje era preciso ajustar as palavras” (op. cit., 22).
A Retórica era antes de tudo o discurso do Poder ou dos que aspiravam a exercê-lo