A Arte de Noblat
Não é difícil compreender a importância desse livro para a formação dos nossos futuros jornalistas. Com uma linguagem clara, objetiva e bem humorada, “A arte de fazer um jornal diário” (Editora Contexto, 2002, 176 páginas) nos leva ao mundo do jornalismo impresso e a problemática de conceber um jornal diário, com abordagem sobre: a ética, a elaboração da notícia (apuração e concepção), a crise causada pela internet. Ricardo Noblat é um jornalista pernambucano, autor de cinco livros, foi diretor de redação do Correio Braziliense, jornalista da sucursal do Jornal do Brasil em Brasília, além de ter trabalhado nas revistas Veja e Manchete. Atualmente tem um blog hospedado no site do O Globo. Logo no primeiro capítulo da obra, deparamo-nos com dados preocupantes em relação ao jornalismo impresso: os jovens não leem jornal; a publicidade nos jornais despencou; a venda cresceu abaixo da média – de 4,8% para 0,46%; a principal fonte de informação entre os jovens é a internet. Não é novidade para ninguém que a popularidade dos periódicos está em baixa, basta perguntarmos ao jornaleiro do nosso bairro quantos ele vende e quantos vendia à 10 anos – se ele lembrar, com certeza dirá que diminui. Hoje a informação está na internet de forma gratuita e com uma velocidade “inquacionável” à frente do jornal impresso. Além desse “anjo malvado” – a web facilitou o fluxo de notícias, mas está corroendo os jornais -, outro fator, também abordado nesse capítulo, é a receptividade dos leitores com a notícia. “Os leitores acham que o cardápio de assuntos dos jornais está mais de acordo com o gosto dos jornalistas do que com o gosto deles”, assim assinalou Noblat. Quem decide que notícia realmente importa e é publicada? Não é, de um certo modo, estranho esse poder que os jornalistas têm? “Sobre a arte de apurar” e “Sobre a arte de escrever” são os capítulos “didáticos” do livro. Nele, Noblat nos ensina a prática jornalística – como apurar os