A arte da sociedade industrial
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A Arte na sociedade industrial Não se pode ignorar que a ruptura que se verifica nas artes plásticas no século passado se dá paralelamente à chamada revolução industrial. Essa revolução, por sua vez, é produto de uma série de profundas transformações que se vinham registrando no campo da ciência e da técnica. Um novo modo de conceber a realidade e uma nova vida que se afirma na ampliação e transformação dos centros urbanos tornam obsoleta a visão de mundo derivada do feudalismo e que o Renascimento não conseguira extirpar inteiramente. Apesar das transformações operadas na sociedade europeia depois do século XVI, a carga cultural do passado continuava determinante das imagens estéticas. Assim, quando os impressionistas rompem com toda e qualquer representação alegórica da realidade, eles de fato operam, no campo da arte, a ruptura que j· se dera no nível da vida prática. Um importante pensador daquela época pergunta: É possível conciliar a concepção da natureza e das relações sociais que está na base da fantasia grega e, portanto, da arte grega, com as tecedoras automáticas, com as estradas de ferro, as locomotivas e o telégrafo? Quem são Vulcano frente à Roberts&Co., Júpiter frente ao para-raios, Hermes frente ao Crédit Mobilier?”Claro: os impressionistas repelem a temática literária e histórica - a alegoria – não porque ela seja literária e histórica, mas porque exprime uma visão do mundo que já não tem cabimento para o homem moderno”. E tanto isso é verdade que, pouco depois, já o pós-impressionista Gauguin, em suas telas de Taiti, utilizava temas alegóricos e míticos ligados à cultura daquelas ilhas oceânicas. A influência dos meios de reprodução mecânica, que surgiram e se desenvolveram a partir de então, já foi magistralmente estudada por Walter Benjamin. Mas não apenas a fotografia, o cinema, a tipografia determinaram, sob muitos aspectos, o curso tomado pela pintura neste último século. A máquina mesmo, como forma nova, pôs o artista diante de um