A arte da convivência
A base de qualquer relacionamento é a conversa. Traz a possibilidade de conhecer a outra pessoa e deixar-se conhecer por ela. Mas poucas pessoas fazem isso.
Conviver é uma arte que poucos aprenderam a dominar. Uma arte muito mais sutil do que a música, a literatura, a pintura ou o teatro. Infelizmente, no currículo das escolas não constam matérias que ensinam a nos relacionar. E o mundo vive guerras devastadoras, não somente no sentido estrito da palavra, como ocorre na
Iugoslávia ou em determinados países africanos, mas principalmente no casamento, na família e na empresa.
As pessoas estão perdendo a habilidade de dialogar e de conhecer o outro. Elas ouvem, mas não escutam; falam, mas não se deixam conhecer; esbarram-se, mas não se vêem; e uma multidão caminha solitariamente em direção a lugar nenhum.
Estamos esquecendo como dividir sonhos e aprendendo a compartilhar a solidão. A dificuldade de entrar no mundo alheio está criando uma geração de pessoas impacientes e distantes. Ao perdermos a generosidade de respeitar diferentes pontos de vista, transformamos os casamentos e os negócios em verdadeiros campos de batalha, em que o outro passa a ser o inimigo.
Todas as vezes que ocorre um massacre numa escola dos Estados Unidos, os jornalistas norte-americanos ficam entrevistando psicólogos e educadores sobre as causas da violência entre os estudantes. É simples: esse é o modelo da economia e da política norte-americana. Os líderes são tomados como exemplos, mesmo quando não percebem isso. Quando bombardeiam para impor seus pontos de vista, ensinam os jovens a fazer o mesmo com os colegas.
Quando o presidente norte-americano anda com uma mala que tem o poder de enviar mísseis nucleares para qualquer ponto do planeta, está ensinando a juventude a andar armada. Seus filmes de sucesso com armas e assassinatos em profusão exportam um modelo de violência e de falta de respeito ao outro. Os
Estados Unidos falam muito de paz,