O metodo
«Conduzir os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer para subir pouco a pouco, gradualmente, até ao conhecimento dos mais compostos e admitindo mesmo uma certa ordem entre aqueles que não se prendem naturalmente uns aos outros» (Discurso).
Na síntese partimos dos primeiros princípios intuitivamente apreendidos e das proposições mais simples, e procedemos à dedução de forma ordenada, assegurando que nenhum passo é omitido e que cada proposição sequente é na realidade uma consequência da precedente.
Este é o «método» empregue pela geometria euclidiana. Para Descartes, enquanto a análise é o método da descoberta, a síntese é o método mais adequado para demonstrar o que já é conhecido.
Esta regra visa assegurar a homogeneidade e continuidade do encadeamento das razões, de modo a garantir que a Ciência seja um todo único de verdades dispostas e ligadas entre si como série ordenada.
É regra complementar da anterior; trata-se agora de, partindo das proposições mais simples, primeiras, captadas por intuição intelectual, nos elevarmos gradativamente ao conhecimento de todas as outras. Noutros termos: dispor todas as nossas ideias numa ordem tal que cada uma seja precedida de todas aquelas de que depende e que preceda todas aquelas que dela dependem.
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O método utilizado ê o da síntese, em que todas as proposições são tiradas, por dedução, de princípios, sendo estes fornecidos pelos textos revelados, interpretados de acordo com a tradição. Dai resulta uma dupla consequência. O ponto de partida nunca é objeto de pesquisas: é considerado como aquisição definitiva. Em contrapartida, a dedução e particularmente cuidada e atesta, entre os grandes autores, uma agilidade intelectual notável.
“Assim, o meu desígnio não é ensinar aqui o