Cuidados enfermagem
O movimento da Reforma Psiquiátrica, que no Brasil teve início na década de 80 e ainda está em continuidade, surgiu a partir de denúncias das políticas do setor de saúde mental e de questões de ordem trabalhista e política que renasceram no período de redemocratização do país (AMARANTE apud COSTA, 2003). Assim, o processo da reforma no campo da Saúde Mental tem um caráter histórico, político, de âmbito internacional já que se fundamenta no modelo italiano, e busca formular propostas de transformação do modelo clássico e do paradigma da psiquiatria. Dessa forma, os passos iniciais da teoria crítica em saúde mental apontam para a transformação do modelo clássico hospitalocêntrico em um modelo preventivo/reabilitador, considerado tecnicamente mais correto e socialmente mais humano porque busca inverter as ordens de prioridades dos recursos assistenciais, ou seja, tornando o asilo-manicômio-hospital como último recurso assistencial para o tratamento. Segundo Costa (2003), o Movimento da Reforma Psiquiátrica ao se configurar como uma nova política de saúde mental acompanhada pelas propostas das políticas públicas do sistema de saúde, busca se comprometer com a melhoria das condições de vida, com a garantia de direitos da cidadania, com a redução das desigualdades sociais e com o enfrentamento da exclusão social. O movimento norteia-se pela lógica da “desconstrução do manicômio”, que de acordo com Greco e Carvalho (1994), é entendido como a criação de serviços intermediários entre o ambulatório e o hospital que possibilitem o estabelecimento de novas referências ao atendimento das pessoas portadoras de sofrimento mental, sem negar a necessidade de serviço de urgência psiquiátrica. É relevante ressaltar que além do agravante da existência da patologia mental, a grande maioria dessas pessoas ainda apresenta estigmas sociais, rejeição familiar, perdas escolares/profissionais e baixa renda, ou seja, se encontram desfavorecidas de