A argumentação na Comunicação
Breton acredita que a argumentação é um exercício comunicativo que tem por objetivo convencer, fazer com que seu público adote uma determinada opinião, tendo em conta seu auditório em uma situação de livre comunicação. Ele defende sua utilização na medida em que acredita que ajuda a fortalecer a cidadania. Ela se afasta da propaganda – que se apoia em meios sistemáticos para coagir as massas, em uma espécie de violência mental -, da manipulação – que cria uma espécie de armadilha mental para forçar o comportamento desejado - da sedução – método mais suave, em que o público é levado a pensar como o orador, sedutor - e da demonstração – definida como pertencente ao campo da Ciência: transforma uma afirmação em “fato estabelecido”. No entanto, ele afirma que no contexto real, é complicado fazer essa separação, pois eles estão interligados e, portanto, dizemos que naquela determinada situação um recurso é dominante.
Ele aborda, inicialmente, a forma com a qual a argumentação se insere na Comunicação. Para ele, por ser uma ciência jovem, a Comunicação ainda procura referências e, por isso, não é óbvio o enquadramento da argumentação - que antes foi estudada por filósofos e literários - em seu campo. Ademais, ele acredita que argumentação existe desde sempre, uma vez que o homem se identifica com “um ponto de vista próprio sobre o mundo no qual ele vive”. Nesse sentido, tem um saber empírico sobre ela.
O autor critica o exercício argumentativo que é mediado pela busca pela eficácia a qualquer preço e acredita que esse fazer deve se afastar de retórica clássica e ser guiado pela ética e pela lógica, evitando o sentimentalismo